domingo, 30 de novembro de 2008

A Montanha dos Sete Abutres



"A Montanha dos Sete Abutres", de Billy Wilder, apresenta a espetacularização da notícia. Este filme, de 1951, está estritamente ligado ao tema deste blog; quando a mídia faz da notícia um verdadeiro "show". Apesar de ser considerado um clássico do cinema americano, sofreu algumas dificuldades quando lançado. Afinal, ele não poderia ser bem aceito pela imprensa da época que se sentiu atacada, e nem pelo público que se viu caricaturado. Até hoje, o filme criado por Billy Wilder merece espaço e discussão nos cursos de Comunicação, provando que há muito tempo a informação está sendo transformada em "espetáculo", com a diferença que, atualmente, este é mais explícito aos olhos dos telespectadores.

sábado, 22 de novembro de 2008

Caso Isabella: Mobilizou a imprensa que revoltou e saturou a população

O caso Isabella marcou a imprensa e todo país. A cobertura do caso ultrapassou os limites e o sensacionalismo, mais uma vez, fez de um fato tão triste um verdadeiro show. A revista VEJA publicou uma reportagem especial sobre o cotidiano do casal acusado de matar a menina de 5 anos. Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, completam hoje, dia 22 de novembro, 200 dias na prisão.





Especial: A vida atrás das grades

O dia-a-dia do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá,há 200 dias na prisão, acusado da morte da menina Isabella


Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá completam neste sábado, dia 22, 200 dias de prisão preventiva. No curso de quase sete meses, o casal acusado do assassinato da menina Isabella, filha de Nardoni e enteada de Anna Carolina, amargou uma sucessão de derrotas processuais (teve negados nove pedidos de soltura, dos quais o último na semana passada, pelo Supremo Tribunal Federal), viu os filhos no máximo três vezes e experimentou a sensação de ser hostilizado pelos piores entre os piores – já que a brutalidade do crime os coloca na mais infame das categorias da cadeia, aquela que é desprezada até mesmo pelos párias. Para saber como vivem hoje o pai e a madrasta de Isabella, VEJA ouviu ao longo de um mês 28 pessoas, entre pais, amigos e advogados dos acusados, além de parentes de detentos e funcionários das prisões onde eles se encontram.

Nardoni e Anna Carolina estão em cadeias vizinhas, em Tremembé, no interior de São Paulo. Ele está mais gordo e bem mais à vontade do que na sua primeira, e traumática, noite na Penitenciária Dr. José Augusto Salgado. Na ocasião, presos prepararam para ele uma recepção inesquecível. à meia-noite, passaram a repetir um refrão em uníssono: "Pára, pai! Pára, pai! Pára, pai!". A frase havia sido relatada à polícia por vizinhos dos Nardoni, que disseram tê-la ouvido de uma criança que estava no apartamento do casal, pouco antes da morte de Isabella. Trancafiado em sua cela e com o coro dos presos, que durou um minuto, martelando-lhe os ouvidos, Nardoni caiu em prantos.

Atualmente, ele divide a cela – equipada com televisão, rádio, três beliches duplos e chuveiro frio – com mais quatro presos. Um deles, de quem ficou mais próximo, é o advogado Jerônymo Ruiz Andrade Amaral, detido por tentar levar celulares para clientes presos, ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital. Ao contrário da maioria das prisões paulistas, superlotadas e com número insuficiente de vagas de trabalho, a penitenciária de Tremembé, considerada modelo, tem leitos de sobra e emprego para tantos quantos queiram trabalhar. Mas a atividade é obrigatória apenas para os presos condenados. Entre os provisórios, trabalha quem quer. Alexandre, até hoje, não quis. Por causa disso, sua rotina é um pouco diferente da dos demais. A maioria dos detentos acorda às 6 da manhã, quando é feita a contagem dos presos, toma café, segue para o trabalho nas oficinas e, mais tarde, para alguma aula (de línguas, música ou computação). Entre 16 e 17 horas, eles vão para o banho de sol, quando aproveitam para jogar bola. Depois disso, é jantar e cama. Como Nardoni não trabalha nem estuda (vez ou outra comparece às aulas de música), continua na cama até por volta das 10 da manhã. Quando vai para o banho de sol, não participa das peladas: fica sentado na arquibancada, sozinho ou acompanhado do amigo Jerônymo. Muitas vezes, dispensa uma das refeições, já que recebe comida de sobra dos pais, que o visitam semanalmente. Antonio Nardoni e a mulher chegam carregados com uma caixa e sacolas de frutas, bolachas, chocolates, refrigerantes e outras guloseimas para o filho dividir com a cela toda. Também deixam remédios, pasta de dentes, repelente contra insetos (a prisão fica em uma área repleta de mata, o que atrai pernilongos) e revistas, que Nardoni pouco lê. Ele prefere ver TV, o que faz praticamente o dia todo.
A rotina de Anna Carolina na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, a quinze minutos da cadeia de Nardoni, é um pouco mais movimentada. A madrasta de Isabella divide a cela com quatro detentas e trabalha na limpeza e na distribuição de alimentos. Dias antes da sua chegada, a direção da cadeia achou por bem deixar as presas sem ver televisão. Temia que, diante da repercussão do crime, elas reagissem mal à presença da mulher. Ao contrário do marido, Anna Carolina não enfrentou demonstrações barulhentas, mas teve de engolir a frieza de algumas presas que até hoje viram o rosto à sua passagem. Para aumentar as chances de uma estada sem maiores sobressaltos, ela adotou o expediente ao qual costumam recorrer acusados de crimes malvistos na cadeia (tais como estupro, no caso dos homens, e assassinato de crianças, no caso dos homens e mulheres): buscou abrigo na ala dos evangélicos. Nas prisões, os "convertidos", pelo fato de ficarem de fora dos grupos que disputam o poder e de serem considerados "café-com-leite", ganham uma espécie de escudo contra agressões. Anna Carolina passou a freqüentar cultos e a cantar no coral. Chegou a pedir ao pastor da cadeia para ser batizada. O pedido foi negado: o pastor respondeu que era cedo demais. Apesar da sua recém-professada fé evangélica, a madrasta de Isabella, que antes da prisão se dizia católica, gosta de ler autores espíritas, como Chico Xavier e Zibia Gasparetto.

No mês passado, Anna Carolina e Nardoni receberam pela primeira vez a visita dos filhos, Pietro, de 3 anos, e Cauã, de 1. Uma amiga de infância de Anna Carolina contou a VEJA que, a princípio, ela não queria que os meninos fossem vê-la. "Dizia que cadeia não era ambiente para crianças." Mas, à medida que os pedidos de soltura foram sendo negados e a saudade foi aumentando, Anna Carolina mudou de idéia. Seus advogados conseguiram, então, uma decisão judicial autorizando as visitas dos meninos em dias de semana, para poupá-los do assédio da imprensa. Em 29 de outubro, uma quarta-feira, Pietro e Cauã reviram o pai e a mãe pela primeira vez em quase seis meses. "Foi um momento de muita alegria e emoção", disse Alexandre Jatobá, pai de Anna Carolina. Depois de tanto tempo sem ver os pais, Cauã, que vai completar 2 anos em abril, já estava ficando um pouco confuso. Quem conta é Antonio Nardoni, pai de Alexandre: "Ele está perdendo a referência. Às vezes, chama minha filha de mãe e meu genro, de pai. Outras vezes, chama minha mulher de mãe e a mim, de pai". Amigos da família disseram que as crianças, que sempre tiveram um comportamento difícil, estão um tanto agressivas. Segundo eles, os conhecidos dos avós são freqüentemente recebidos com beliscões e, certa vez, até com tapa no rosto.
Cauã ainda não vai à escola e Pietro mudou de colégio depois da morte de Isabella. Para ficar anônimo, o menino usa um dos sobrenomes menos divulgados da família. Salvo os professores e a direção, ninguém na escola sabe quem são seus pais. De vez em quando, o menino fala da irmã. "Ele acha que a Isabella virou uma estrelinha", conta Alexandre Jatobá. "Às vezes, vai à janela à noite, aponta para o céu e diz: ‘Olha a Isa lá, vovô!’". Como, por ocasião do crime, tanto o pai de Anna Carolina quanto o pai de Nardoni deram entrevistas na TV, eles são freqüentemente reconhecidos – e, por vezes, hostilizados – nas ruas. Por causa disso, os avós quase nunca passeiam com as crianças. Alexandre Nardoni, por seu turno, desperta reações de outro tipo de público na cadeia: os filhos dos presos. A mãe de um detento conta que, ao levar a neta de 6 anos para ver o pai na penitenciária de Tremembé, ouviu da menina o comentário: "Olha, vó, é o homem que jogou a Isabella pela janela!".
A prisão em que está Nardoni reúne um número recorde de "celebridades" do mundo do crime. Estão lá Marcos Valério, o ex-carequinha do mensalão, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, assassinos confessos dos pais de Suzane von Richthofen, e Mateus da Costa Meira, o estudante que matou três pessoas num cinema em São Paulo. O nome mais recente na galeria dos bandidos tristemente famosos de Tremembé chegou no mês passado: é Lindemberg Alves, o assassino da jovem Eloá Pimentel. A penitenciária de Anna Carolina também tem uma hóspede notória, além dela própria: a ex-estudante Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais. Embora estejam na mesma ala, as duas não são amigas e nem mesmo se falam.
Ao contrário do marido, que, nos domingos de visita, ganha enormes "jumbos" (como os presos chamam os alimentos e provisões trazidos pela família), Anna Carolina recebe de seus pais pacotes bem mais modestos. No último dia 9, por exemplo, quando completou 25 anos, teve de se contentar em comemorar a data com um singelo bolo Pullman, que ela enfeitou com uma mistura de creme de leite e chocolate em pó. O pai de Anna Carolina sempre teve uma vida financeira instável – e uma coleção de pendências com a Justiça. Atualmente, responde a três processos criminais, sendo um por furto de energia, outro por estelionato e um terceiro por importunação ofensiva ao pudor. Pouco depois do crime, com problemas de crédito, Jatobá pediu a uma amiga que lhe "emprestasse" o nome para que pudesse financiar a compra de um carro e, assim, poder visitar mais facilmente a filha na prisão. Condoída com a situação, a amiga aceitou ajudá-lo e hoje está às voltas com cobranças de parcelas atrasadas e um automóvel que não pode ser devolvido porque Jatobá o bateu. Atualmente, ele circula com veículos alugados, embora nem sempre tenha dinheiro para pagar a locação. No último dia 12, depois de conversar com VEJA, pediu à repórter 5 reais para completar o pagamento da diária de 39 reais. Diante da negativa, pendurou a dívida e pediu carona à reportagem.
No clã dos Nardoni, os problemas são de outra ordem. Cerca de dez dias antes da morte de Isabella, veio à tona na família a revelação de que o pai de Alexandre havia tido um relacionamento com a concunhada e que, dessa relação, nascera um menino hoje com 3 anos. Alexandre Nardoni confirmou o episódio em interrogatório diante do juiz Maurício Fossen, em maio. Perguntado sobre quantos irmãos tinha, ele, inicialmente, citou apenas Cristiane. Em seguida, acrescentou que tinha mais um, "um menino que meu pai teve fora do casamento". Corre em segredo de Justiça um processo amigável para que Antonio Nardoni reconheça a paternidade da criança.
O pai de Alexandre Nardoni e o pai de Anna Carolina têm uma relação tensa. Quando Antonio Nardoni vai pegar os netos na casa de Jatobá, recusa-se a subir ao apartamento: fica esperando pelas crianças na garagem do subsolo. Quando é Jatobá quem vai pegar os meninos com Antonio Nardoni, e se atrasa, o pai de Alexandre telefona reclamando, o que deixa Jatobá irritado. Apesar das implicâncias mútuas, as famílias se esforçam para preservar a relação, já que a dinâmica estabelecida entre elas interessa a ambas: os Jatobá, com mais tempo livre, cuidam das crianças, e os Nardoni, com mais dinheiro no bolso, pagam a escola de Pietro e as despesas com os advogados do casal. Entre Alexandre e Anna Carolina, dizem seus pais, tudo vai às mil maravilhas – na medida em que pode ir às mil maravilhas uma relação na situação dos dois. Seus pais afirmam que eles trocam cartas semanalmente e que o tom das mensagens é carinhoso. A amiga de infância de Anna Carolina ouvida por VEJA disse, porém, que, nas cartas trocadas entre elas, a madrasta de Isabella nunca menciona o marido.
Na próxima semana, a defesa do casal vai recorrer da sentença de pronúncia que determinou que os acusados devem ir a júri popular. As chances de reverter a decisão são ínfimas. Mantida a pronúncia, o plenário do júri deve ocorrer no ano que vem. Fará parte da estratégia da acusação uma apresentação do perfil psicológico de ambos, traçado pelo Ministério Público com a ajuda da pesquisadora criminal Ilana Casoy. O promotor Francisco Cembranelli tentará provar que a personalidade de Nardoni e a de Anna Carolina são compatíveis com a dinâmica da tragédia por ele descrita: de que a madrasta asfixiou a menina e o pai a arremessou pela janela (veja a versão da acusação). No plenário, Cembranelli sustentará que Nardoni é um jovem fracassado e frustrado, dependente do pai e incapaz de tomar decisões para evitar problemas – só reage quando eles já estão criados. Anna Carolina será descrita como alguém que age de forma impulsiva e nutre uma agressividade crescente e descontrolada. A promotoria também pretende levar ao júri pelo menos duas explicações inéditas: as circunstâncias da briga que o casal teve na noite do crime e o motivo pelo qual acredita que a esganadura da menina foi provocada pela madrasta. Se forem considerados culpados, Nardoni e Anna Carolina poderão sentir saudade dos tempos da prisão provisória. Não porque deverão ir para uma penitenciária pior – é provável que continuem no mesmo lugar. Mas, nesse caso, saberão que será por muito, muito tempo.
"Tiraram a maior parte de mim"
Mãe de Isabella Nardoni, assassinada no dia 29 de março aos 5 anos de idade, a bancária Ana Carolina Oliveira diz que sua rotina hoje se resume ao trabalho e às sessões de terapia. "Chego em casa e vou dormir para não ter tempo de sofrer", diz. Em depoimento ao repórter Kalleo Coura, ela chorou diversas vezes ao se referir à filha. Só não quis falar de Nardoni e Anna Carolina, os acusados da morte da menina. "O que eu posso dizer é que ninguém das duas famílias me ligou até hoje para me desejar o que quer que seja."
"Duas semanas depois da morte de minha filha, comecei a fazer terapia. Se não fosse isso, iria enlouquecer. Estava sem chão, sem rumo, achava que a Isabella poderia voltar a qualquer momento – até hoje, às vezes, me pego pensando assim. Com a terapia, consegui chorar tudo o que eu tinha para chorar. Assim como a religião, ela não me ajudou a superar o que aconteceu, mas a ficar mais firme. Em maio, tentei voltar a trabalhar, mas não conseguia me concentrar. Acompanhava as notícias sobre a morte da minha filha pela internet, e isso me desconcertava, não conseguia produzir nada. Ficava arrasada quando voltava para casa e via que ela não estava me esperando, como sempre fazia. Resolvi tirar uma licença de três meses. Fui para um lugar fora de São Paulo, não atendia o telefone e só via televisão o dia inteiro, para me informar sobre o caso. Durante todo esse período e até hoje, a Isabella não sai da minha cabeça. Penso nela desde o momento em que acordo, enquanto estou trabalhando e na hora em que vou dormir. Aí, sonho com ela. Hoje, minha vida se resume ao trabalho. Chego em casa e tento dormir para não ter tempo de pensar no que aconteceu e sofrer. Pelo menos uma vez por mês, vou ao cemitério levar flores cor-de-rosa, as preferidas da Isabella. Quase todos os fins de semana, arrumo meu quarto, onde dormia junto com ela. Organizo os livros, enfeites, CDs e mensagens de apoio que continuo a receber. O quarto está como era antes, com o mesmo mural de fotos dela e com a maioria das suas coisas. Nos fins de semana, sempre planejava algo com ela, íamos ao parque, assistíamos a um filme juntas. Mesmo quando minha filha ficava com o pai, o domingo já estava reservado para esperá-la. Esse tempo que eu tinha com a Isabella hoje é livre, e eu simplesmente não sei o que fazer com ele. Não vou ao cinema, não saio para dançar, não vou a festas. Às vezes vou jantar com amigos, mas, de certa forma, me afastei um pouco deles. Algumas coisas já não fazem mais sentido para mim. Não tenho motivo nenhum para comemorar nada. Não sou feliz nem infeliz, diria que sou indiferente em relação à vida. Tiraram a maior parte de mim

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

United Colors




terça-feira, 11 de novembro de 2008

1984


O mais famoso romance de George Orwell, "1984", retrata um suposto futuro da humanidade no pós-guerra dominada pelo totalitarismo. A sociedade era controlada por meio das teletelas, sempre sob a vigilância severa do Grande Irmão.


Concentração do grupo antes da apresentação

O grupo "1984" foi o mais numeroso da sala. No seminário tentamos encontrar uma forma de realizá-lo com a participação de todos. A idéia de fazer a peça foi ótima! É claro que foi curta, aproximadamente 10 minutos, mas valeu! O empenho do grupo foi muito bom! O "director" nos dirigiu muito bem e os integrantes do grupo que já eram amigos de outras disciplinas, se uniram ainda mais nas reuniões e ensaios que tivemos antes da apresentação. Os que se conheceram nesta disciplina também se transformaram em amigos! Foi muito prazeroso participar deste grupo e deste seminário em especial! Pessoas que jamais esquecerei!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Eleições Norte-americanas



Barack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos e entra para a história
O candidato democrata Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos e entrou para a História como o primeiro negro a chegar ao comando da Casa Branca, ao derrotar o adversário republicano John McCain.
O candidato republicano aceitou a derrota minutos depois das emissoras de televisão americanas apontarem Obama, de 47 anos e senador por Illinois, como vencedor das eleições após o fechamento das urnas na Califórnia, um dos estados de maior peso eleitoral do país.

domingo, 2 de novembro de 2008

Lindemberg: a celebridade do mal.

Quando a notícia vira telenovela

Quando o sequestro de Eloá Cristina Pimentel começou eu estava de licença médica e pude acompanhar o caso como telespectadora. Quando voltei a trabalhar, o pior já havia acontecido: a jovem de 15 anos havia sido baleada na cabeça e na virilha e teve morte cerebral. A outra adolescente, Nayara Rodrigues da Silva, também de 15 anos, foi atingida no rosto e passava bem. Moro em Santo André e o Hospital Municipal da cidade fica praticamente na minha rua, por isso pude acompanhar toda a movimentação de meus colegas fazendo a cobertura, nos mínimos detalhes, de todo caso. Na segunda-feira, dia 20 de outubro, já estava de volta ao trabalho e fui pautada para ficar de plantão no Hospital Municipal de Santo André. A família de Eloá decidiu doar os órgãos da garota e Nayara soube da morte da amiga naquele dia. Na terça-feira, fui cobrir o enterro de Eloá. Até a meia-noite de segunda-feira, vinte e sete mil pessoas haviam passado pelo cemitério e no dia do enterro mais de dez mil. Na quarta-feira voltei ao hospital, naquele dia Nayara faria o depoimento e deixaria o hospital. A equipe médica deu uma entrevista coletiva a imprensa, gravei um stand up e fui para tv, quando voltei para Santo André, muitos colegas que estavam comigo na coletiva continuavam no Hospital. Nos outros dia fui a delegacia de Santo André acompanhar alguns depoimentos. Aos poucos, o assunto foi esfriando e toda a loucura do caso "Lindemberg" saia de cena... A imprensa e o cotidiano dos profissionais voltava ao "normal".